Tenho dois troncos, que penso juntar com enxertia. Se assim for, caminho em busca de um Han-Kengai. No futuro irem podar os dois primeiros ramos, demasiado longos, sem movimento e conocidade. |
Daqui fica a Lisnave do outro lado,
com marcas de ferro frio,
com as mãos enferrujadas e abandonadas
Parece sujar o rio,
mas torna-o mais calmo e oleado.
O Tejo vai dar ao Mar,
nós também o temos,
a diferença é que nele nascemos,
e por vezes não sabemos voltar,
e a vida torna-se mais perdida,
Completamente suja e fria.
Podemos andar, nadar ou voar,
desde que não percamos os sentidos,
que é quente o nosso mar,
não nos devemos deixar sozinhos,
Porque não saberemos traçar o rumo.
Larga o Cais do Sodré,
Pisa a calçada preta e branca,
leva contigo aroma a Alecrim,
Deixa tudo,
deixa de ler, de escrever
de estudar ou de crescer
Deixa tudo por tudo,
Deixa lá os comboios
Deixa a fome em Alcantara,
e os ricos da lapa,
deixa o fado em Alfama,
ou a guitarra na baixa.
Deixa tudo por tudo,
deixa a baixa e o rato,
deixa as peixeiras na mouraria,
livra-te de belém e são bento
deixa a Amália e o governo,
vem sem nada,
ter com tudo,
no mar que te aguarda,
Na subida do Alecrim,
entre nada e o luxo
Deixa tudo por tudo,
Vem comigo, sobe em mim
vem sempre subir o aroma a Alecrim
ele estará lá, sempre quente...
o mar...
para ti.
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