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sábado, 24 de fevereiro de 2018

o solo estava já cansado, pouco drenante. O sistema radicular continua débil. Apesar de ter estado em Akadama com grão de maiores dimensões, a árvore mantém -se frágil.
parece que ficou presa no ano duro e difícil em que a comprei num viveiro em Setúbal.

é o cansaço do mundo sobre os ombros
não é o cansaço bom no cortar de meta
é aquele que te cola ao chão sem perceberes
não é o cansaço da enxada
é aquele cansaço invisível que te cega
 não, não são horas sobre horas de trabalho
esse é fácil de resolver
é o cansaço de faltares onde deves estar presente, é não estares naquele abraço, naquele colo. É o cansaço de estares sem escolha, sem solução. É saber que faltas e teres como melhor desculpa "tem de ser". É o cansaço de ninguém ver que estamos do avesso, a fingir que está tudo a tempo.

só peço tempo para estar em casa, quando é Janeiro...

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

retirar folhas da ultima estação, conferir melhores proporções e conocidade às ramificações.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

11 anos a aprender bonsai.
no último e primeiro transplante desta árvore, não foi possível podar o sistema radicular de forma radical. Pois vinha em solo comercial e as raízes estavam frágeis.
desta vez, arrisquei. Reduzi o sistema radicular, cuja base tinha uma forma oval (tal como uma batata). foi uma intervenção drástica. a base fico plana. Espero que os resultados sejam a formação de nebari e formação de novas raízes. Não tinha qualquer vaso que permitisse um correcto posicionamento da árvore. Isto devido à presença da unica raíz grossa, que fui forçado a manter. Passei para este vaso chinês mas com um bonito vidrado  azul e com a forma que na minha opinião confere maior caracter à árvore.

falamos daqui a 3 anos. (100% Akadama)

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

há movimentos comuns, banais. Estão normalmente associados a tarefas igualmente usuais. Não lhes atribuimos especial valor, a menos que por qualquer infelicidade longiqua, percamos essa capacidade de executar, fazer, criar.

é de manhã. Os raios de sol invandem envergonhados a parede vazia da cozinha e parte da tijoleira. O vento estremece lentamente as folhas que restiram ao Outono e Inverno.  Lava a loiça que serviu o jantar e a ceia do serão. Uma daquelas tarefas repetitivas, quase inoquas de saber. de costas viradas para o restante vazio da cozinha, com os olhos perdidos no escoar da água. Ligeiramente curvado sobre o lava loiça, só as mãos e braços asseguram o bailado de pratos e copos. mas nao está triste. esta pobre dança faz parte do cuidar.
ouve passos arrastados a entrar. Vêm ainda carregados de noite. Não se pode voltar no imediato, tem tarefa em mãos.
-bom dia.
e sente os seus lábios a confundirem-se com o seu pescoço. Depois um abraço a dizer: Ainda bem que estás aqui.
atrás de si pequenitos e enérgicos passos, com vontade de dar a volta ao mundo. São as crianças.
de repente a cozinha ficou cheia. só agora é de manhã. contam-se pedidos, perdem-se recados, mas a luz da manhã fria não os acelera.
entram depois as três, armadas de pincéis, carregadas de tintas, folhas e telas Preparam um pequeno atelier, ali junto ele que coloca a escorrer o ultimo prato.
endireita as suas costas e volta-as para as olhar, para as observar. Cruza os seus braços, encosta-se à bancada de granito e deixa-se inundar de sorrisos, de movimentos delicados, que não sendo totalmente diferentes na sua base, são extraordinariamente sofisticados no seu final. quando o pincel se mistura com os seus dedos delicados e bailam suavemente pela folha contando histórias, deixando mensagens, ritmos e emoções tudo ganha um valor inestimável. Ele sabe que dentro deste circulo, deste núcleo, desta energia, tudo vale a pena e só deseja poder dar mais e melhor.



quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

malus repot. In a tokoname container.
transplante da macieira (malus) para um vaso de tokoname.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Enquanto eu existir, jamais estarás sozinha. Talvez eu não fale muito, talvez o tempo nos escapa pelos labios todos os dias da rotina. Mas nunca esqueço o tempo nos teus lábios.