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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O velho

Escolhi o nome para o Carpinus. "O velho", que associo à lenda que acompanha a primeira publicação desta árvore.

The oldman, it´s the name of this tree.

A rigor para o Inverno.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

só porque é Outono?

van gogh

todos recolheram. os quintais andaram cheios, desde a Primavera até ao final do Verão. Churrascos, convidados, serões.
crianças na piscina, donas de casa a compor os jardins e um golo na garrafa de cerveja ao ar livre para pôr um ponto final no dia de trabalho.
Montaram-se mesas, recantos de leitura, por cima ficaram tendas e chapéus de sol.


Mas agora já ninguém me acompanha enquanto trato as minhas árvores. não vejo o casal de manhã a tomar o pequeno-almoço. e à noite já não se ouvem mais conversas. ás vezes é um outro casal que tem um gato e dois cães que vem fumar um cigarro ao frio.

De manhã vejo se há alguma árvore a precisar de rega e calculo qual precisará de água ao final do dia. trago um café e aqueço o corpo com os raios de sol longiquos. olho o mar, a ria e respiro fundo. não vejo ninguém de manhã, com excepção para o jardineiro do vizinho, que não é jardineiro. já reparei que é um daqueles emigrantes de leste, que conseguem fazer um pouco de tudo. ás vezes faz-me lembrar aquelas perguntas de primeiro dia de aulas na universidade: "o que é mais importante: saber muito de pouco ou pouco de muito". bem... parece que depende.

à noite não se ouvem pessoas. levo um chá, ás vezes um cigarro ou um café. tudo muito quente, para poder sentir o contraste com o frio que me gela a face e os nós dos dedos. nessa altura deixo as mãos em volta da chávena. olho as minhas princesas. gosto de observá-las confortáveis no calor da casa e do carinho. penso nelas. penso em como são importantes para mim. não penso necessariamente no que há a fazer amanhã, simplesmente sinto-as, estudo o que estão a fazer, percebo se lhes falta alguma coisa. regresso às árvores. normalmente não falho, pois notei o solo pela manhã. já sei quais as que necessitam de água. nenhum som me chama particular atenção. não há ninguém. só o latir de um cão, ás vezes alguém a terminar de arrumar a cozinha. ao fim-de-semana os golos dos adeptos de café. estudo uma árvore ou outra, faço planos... e contas ao tempo. dou o ultimo golpe na bebida quente ou apago o cigarro. olho as árvores da rua, a lua, o ceu. a ria e o mar quando a lua está grande. despeço-me das luzes e nao compreendo porque abandonam o Outono e o Inverno. estações tão bonitas que deixamos ao frio e ao abandono. precisam certamente de um bonsai, que vos devolva a admiração por cada estação da Natureza.

O homem que fala com as árvores

Mihai olteanu (oil)

as árvores lembravam-se, desde o primeiro dia de sol de primavera. só lhe viram a pequena face rosada, entre os lençois imaculados e as mantas azuis. sempre cruzou aquele parque. não todos os dias, mas em todas as estações. era dali. e quando somos de algum lugar, normalmente não nos perdemos. encontramo-nos. começaram a falar, quando subiu a uma árvore para escapar ao ogre que reinava no parque. a árvore pediu que não se suportasse nos galhos verdes. Perguntou porquê, a árvore respondeu que se os poupasse, depois poderia recolher os seus frutos. convidou-o a esconder-se, num buraco que tinha na sua base. Deixou que o miúdo lá estabelece-se o seu quartel-general. venceram o Ogre do parque. A árvore teve pena, pois no ano seguinte o rapaz já não tinha ogre para combater. as suas aventuras eram outras. Normalmente trazia outros rapazes, que tiveram de aprender a respeitá-la. Ainda mandou um ou dois reguilas abaixo. Mas só os assustou. foi uma queda e tanto. O suficiente para aprenderem umas lições. Dois anos mais tarde, trouxe uma rapariga para cada mês de Primavera. A árvore não apreciou nenhuma. Não percebiam nada da natureza e tinham medo que se pelavam das amigas abelhas e aranhas. A última desmaiou, a árvore tinha convocado um exército de aranhas e uma osga. O rapaz não ficou nada satisfeito com a árvore. Conversaram e acertaram limites. nada de raparigas e juras de amor debaixo da copa. Mas para o que fosse necessário a árvore estaria ali. Acabou por se orgulhar da marca que o rapaz deixou no tronco J+M=L, rodeado por um coração. Bem no fim do Outono.Anos mais tarde o rapaz, que falava com as árvores, passou pelo parque. Apresento-te o meu filho. E lá estava outro pequeno, rosado, tal qual o Pai há uns anos atrás. A árvore ganhou mais uma curva no tronco, para se meter com o bébé. Passado um tempo de conversa a criança começou a chorar. o pai embalou o carrinho. Sem bons resultados, o pranto aumentava. a árvore perguntou-lhe porque não o embalava ao colo, junto do seu corpo. O jovem respondeu que era melhor não o habituar ao colo. e a árvore perguntou se ele tinha a certeza que habituar uma criança ao mais puro afecto era mau. e para quem era mau? perguntou. Aos quatros anos, esse pequenino já não vai querer colo à frente de amigos. e aos seis já nao vai querer colo. se lhe deres a certeza agora, que tu és o seu lugar, voltará aos teus braços quando mais precisar. Tivesse eu braços, para todas as minhas sementes. Anda meu rapaz, mima esse bébé sem medo, sem egoísmos, o parque agora é dele.





quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Transplante da Ioruba - Ioruba re-pot

Levei a árvore ao Workshop no Jardim Bonsai, com o meu Professor. Estudámos o antigo ápex e encontrámos engrossamentos muito pouco estéticos. Após a poda, trouxe a árvore para transplantar. Mudei de ideias relativamente à orientação da árvore. Assim, parece ser a frente que destaca melhor o movimento do tronco. Após desenvolver bem, será colocada num vaso com menores dimensões.

Resultado após rodar a árvore, dispondo a nova frente. Agora espero que o sistema radicular se adapte, cresça e isso se traduza no desenvolvimento da ramificação. The end result after rotate the tree, that now features a new front.

I took the tree to my workshop at Jardim Bonsai with my bonsai teacher. Studied the top and found unsightly thickenings. After pruning brought the tree home to re-pot. I changed my ideas about the orientation of the tree. It seems the front wich show better the trunk movement. After develop it will be put in a smaller pot.


borboletas para segurar a rede de drenagem



outro plano da borboleta, só melhora com a prática

Esperava um melhor sistema radicular. Expected a better root system.


colocação da rede de drenagem

senão pressionarem a borboleta no interior, ela não irá segurar a rede de forma eficaz
finalizada esta tarefa
Arames de fixação. muito importante para manter a árvore estável. Se a árvore estiver mal fixada, as raízes perdem eficácia.


Colocação da Akadama até pouco mais de metade do vaso, colocação da árvore com a orientatação desejada. Com o arame de fixação fixar a árvore.  Encher o vaso com akadama com ajuda de chop-stick