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sábado, 25 de janeiro de 2014

Fungus, pragas e carências

Deixo uma imagem que resume muito bem os sinais e sintomas provocados por fungus, pragas e carências. O primeiro passo do tratamento é uma boa identificação do problema.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A viagem da árvore da vida - Malus

Reino: Plantae
Divisão: Angiospérmicas
Ordem: Rosales
Família: Rosaceae
Subfamília: Maloideae
Género: Malus
resultado da estratificação (15.4.14)


Era uma vez, há muito, muito tempo atrás, uma princesa guerreira… Ouves a sua voz determinada?!

Nesse dia ela partiu para a sua mais importante jornada…

A princesa guerreira tinha guardada na palma da sua mão uma pequenina árvore, tão pequenina que tinha apenas algumas folhas, tão tenras e frágeis e a sua missão era protege-la e transportá-la para um lugar seguro, onde pudesse fixar raízes, crescer e transformar-se na árvore da vida…

E assim começou a viagem da princesa guerreira, teve dias de frio, de chuva…

Ouves como o vento soprava lá fora?!

Nesses dias, a única companhia da princesa guerreira era o som dos seus pensamentos:

- “Preciso de alguém que me ajude… Preciso de alguém que me ajude… Preciso de alguém que me ajude…”

E aí ela travava, olhava em volta e não via ninguém e seguia em frente…

Outros dias, estava calor demais e a princesa guerreira desejava alguém que lhe dissesse:

- “Espera…Podes esperar, porque já aí vem quem vá contigo…”

Mas continuava sempre a estar sozinha e aí, abria a palma da sua mão e acariciava a sua árvore e sorria, já tinham crescido as folhas, estavam mais fortes e saudáveis e a princesa guerreira pensava:

- “Vou avançar só mais um pouco e já há-de chegar quem me ajude…”

Depois caía a noite e com ela os barulhos assustadores e parecia que os pés da princesa guerreira ficavam agarrados ao chão e ela tinha medo de avançar!

Mas, chegava sempre novamente o dia e com ela a força para seguir em frente, para escalar mais uma montanha, para contornar mais um obstáculo, para vencer mais dificuldades, principalmente para gritar “Não” ao medo e para não deixar de lutar…

E assim foi, durante muitos, muitos anos a princesa guerreira seguiu a sua viagem e hoje…

Olha e vê como já está a árvore da vida, deixou de caber na palma da mão da princesa guerreira, tem agora raízes fortes, um tronco que não dobra ao vento, por mais assustador que ele seja, tem ramos saudáveis e folhas brilhantes e um dia, daqui a algum tempo, terá flores e depois os seus próprios frutos….

A princesa guerreira sorri e finalmente ouve a mesma voz interior que há tantos anos atrás a tinha feito iniciar esta longa jornada…

-“É tempo de seguires, é tempo de transportares novas sementes, vai, não fiques à espera que alguém te venha fazer companhia, tens guardado em ti tudo o que necessitas, portanto…Confia e faz uma boa viagem…”


Ana Catarina R. M. Silva Almeida

Lisboa, janeiro de 2014

Se escolhe-se uma árvore para ti era claro a laranjeira. Citrus x sinensis

Reino: Plantae
 Divisão: Magnoliophyta
 Classe: Magnoliopsida
ordem: Sapindales
 Família: Rutaceae
 Género: Citrus
 Espécie: C. Maxima x C. Reticulata
 citrus sinensis


Não tenho nenhuma árvore digna de ti. Não sei se a terei um dia. Mas tive-te a ti e ao teu perfume de amor. E deste-me tanto, que ainda vives nestas flores das noivas. Estas flores são o teu sorriso em sonho de juventude, que vi em fotos tuas a preto e branco e continuaste a trazer nos olhos até ao fim. Vi-te as lágrimas amarelas, nas folhas dos teus Invernos. E que tempestades passas-te, para manteres os teus frutos em Primavera.

Brincas-te muito comigo. Eu lembro-me de voltares o sofá contra a parede, para ser jaula de zoo, autocarro e cama elástica de trapezista. Por cima ficava esta tela melancólica e parada... fazia parte de outras viagens. No teu quintal, onde também estava e está a sombra do limoeiro, as aventuras eram outras. E tu ficavas, como a maior árvore do mund, a olhar-me sorrindo. Só agora percebo que raízes são essas que levam açucar às flores da nossa alma.

 E os bolos, as batatas fritas, os bifes e o arroz. Os pratos que me perguntavas e eu pedia. O teu agrado por me ver bem. Arriscaria a tua felicidade e sentido.

Obrigado por me acompanhares e por me aplaudires. Por me defenderes como um tigre. Obrigado pelos teus beijos repenicados e pelatua saudade.

Sabes agora que o aconchego do teu perfume chegou a todos aqueles que amavas. E esse perfume de flor de laranjeira permanece.
um beijo para ti minha avó.



Jacarandá mimosifolia D. Don - sem Corpo


Nós temos um corpo ou somos um corpo?

(Merleaux-Ponty)

retirado de www.perthseed.com


E de repente a sua mãe morreu. A criança de seis anos sentiu-se ainda mais perdida e desorganizada. Afastava o frio, a falta, o vazio, extravasando os limites, irrompendo por qualquer sala sem reservas, explorando cada objecto de forma obsessiva e despegada, abandonando-o à mínima mudança na refracção da luz artificial. Irrequieto, mal comportado, ainda não havia Hiperactividade, nem dislexia, era simplesmente rebelde e insuportável. Talvez em busca de si mesmo, pois a sua mãe já não o poderia ajudar na construção de “Si”.

Lisboa era uma cidade tão grande, como o seu desamparo e agigantou-se quando chegou o dia em que o seu pai partiu sem avisar. As margens do Tejo alargaram-se, uma criança sem as margens de conforto, sem os braços que o levam a “si” e depois aos outros.

Os seus avós e o seu irmão mais velho eram o seu cantinho. Um lar morno que nunca chegava a aquecer.

A pequena casa, lá para o lados do Lumiar, mal cuidada por a sua avó e só lembrada pelo avô ao anoitecer, era a base das aventuras dos dois pequenos meninos.

E não foi a Escola que os viu crescer, o que aconteceu de forma muito rápida. No fundo sei agora que nunca cresceram “tudo”, não em todas as áreas. Dizemos que os jovem crescem muito rápido, quando mais cedo do que o previsto, descobrem que o Mundo não é perfeito. Isso não é crescer. Isso é visitar o mal real e violento, numa altura em que deviam erguer-se Castelos de Lego e contos de Fada que preservam a criança, à medida que o “Si” se vai transformando em adulto.

Aos 13 anos já tinha namorada, já fumava e já consumia bebidas alcoólicas. Sem barreiras, nem limites os irmãos ditavam o dia-a-dia na “Rua”. O escuro da noite já não era misterioso e como qualquer outra coisa, não metia medo. Visitavam-se já mulheres adultas, negociava-se tabaco e droga com homens adultos. Uma introdução à economia com certificado do Mercado Negro.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Jardim bonsai Aula 4

Já há uns tempos um professor meu disse "se levarem desta aula três coisas, ficarei satisfeito." Só algum tempo depois o compreendi.



Hoje na aula jardim bonsai, trabalhámos o Juniperus Chinensis. Limpámos a árvore, eliminámos ramos, fizemos jin, colocámos rafia, fita para alta tensão vulcanizada, tensores e depois colocámos arame para moldar a árvore.

 Para além disto as aprendizagens mais importantes foram:
 1 - Bonsai não se aprende (só) com livros;
 2 - as técnicas realizadas de forma cuidada ou perfeccionista são muito difíceis;
 3 - Ter bom material não facilita a tarefa, aumenta o desafio.









sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Juniperus Chinensis. A literatura é uma prova, as árvores também.

Reino: Plantae
 Divisão: Pinophyta
 Classe: Pinopsida
Ordem: Pinales
 Família: Cupressaceae
 Género: Juniperus L.
 Espécie: Juniperus Chinensis





"A literatura é prova de que uma vida não é suficiente." Fernando Pessoa

Eu diria:
"As árvores são a prova de que uma vida não é suficiente."


 Quando iniciei o estudo do Bonsai, no Clube Bonsai do Algarve, muito satisfeito e entusiasmado ficava com os trabalhos de transformação das minhas árvores. Depois comecei a compreender a necessidade de conseguir bom material de base e cedo me disseram: "chegará a altura em que irás querer ter árvores formadas". Na altura duvidei. Mas de facto, cedo vamos ficando mais exigentes com as nossas árvores e cada vez desejamos árvores que reúnam mais elementos de qualidade. Apesar de lermos os manuais de Bonsai, onde vemos transformações espectaculares de árvores de viveiro, é bom estar ciente que a experiência e o treino demonstram que é preciso ter conhecimentos e sorte para conseguirmos uma boa árvore a baixo custo.

Em discussão com o meu Professor Rui Ferreira, já concordei que a árvore é demasiado alta para a largura da base e portanto serão feitas intervenções mais drásticas.



Deixo a foto dos trabalhos já realizados com total acompanhamento do Rui Ferreira. Transformaram-se os ramos mal localizados em Jin. No futuro, criar-se-ão Sharis. Colocou-se um tensor, para orientar aquilo que será o tronco principal. Fez-se a primeira poda de formação. Um alporque será realizado, logo após ao nó primeiro nó, dando origem a uma segunda árvore.