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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Eu fiz um sonho - José Eduardo Agualusa


"Passa-se com a alma algo semelhante ao que acontece à água: flui. Hoje está um rio. Amanhã estará mar. A água toma a forma do recipiente. Dentro de uma garrafa parece uma garrafa. Porém, não é uma garrafa. Eulálio será sempre Eulálio, quer encarne (em carne) quer em peixe. Vem-me à memória a imagem a preto e branco de Martin Luther King discursando à multidão: eu tive um sonho. Ele deveria ter dito anter: eu fiz um sonho. Há alguma diferença, pensando bem, entre ter um sonho ou fazer um sonho. 
Eu fiz um sonho." José Eduardo Agualusa in O vendedor de Passados.

essencial



o que mais quero é oferecer-te flores todos os dias. Não é bom que as flores se ausentem da nossa vida. Mas melhor ainda é recuperá-las diariamente para ti. Com todas as palavras em cada folha, em cada pétala. Palavras sinónimo, que não se repetem na suavidade das cores que preenchem a sala, o quarto, o teu corpo. Hoje trouxes-te flores, num dia de recobro da loucura. Amanhã elas dirão: Os momentos bons voltam, depois de lutarmos por eles.

o teu menino

Já que me pedis-te... eu serei. Desculpa precisar de um par de patins mágicos. vou encolher... mas serei o teu menino. Vamos brincar e sonhar.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

a proposito de subir



Quando nos conhecemos, identificámos desde logo que encarava-mos da mesma forma o código ético e deontológico inerente a todas as profissões de saúde.  Passados 10 anos, mantemos sem tirar ponto nem vírgula, um comportamento baseado no altruísmo, na colocação da pessoa com deficiência e sua família em primeiro lugar. No tratamento de cada criança ou pessoa de acordo com a sua idade cronológica, com vista à normalização comportamental do individuo, assumindo que conhecemos os seus pontos fortes e fracos, podendo assim gerir as expectativas de parte a parte. A acreditar em Primeira instância, e até prova em contrário, na pessoa e seus familiares. Cremos que podemos e devemos conferir informação adaptada ao background de cada pessoa/criança e seus familiares acreditando que poderíamos favorecer as suas tomadas de decisão. Sabíamos e sabemos que não precisamos de falar mais alto, se a pessoa não tem hipoacúsia. Pensávamos e pensamos que o nosso esforço pelas pessoas que acompanhamos nunca é demais, e é sempre possível mais. Pois bem. Podem ser características pessoais e profissionais, podem ser características até espirituais. Certo é que: Muitos profissionais inundam-se de conhecimentos, que os elevam a uma instância superior desconhecida e que por tanto subirem se perdem na incompetência, na negligência, nos preconceitos baseados nos seus muitos mas curtos conhecimentos e na mais profunda frieza na relação profissional vs doente e família.
 quebrado este laço, poucos conhecimentos podem valer na satisfação e eficácia da terapêutica.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

O teu voto para mim...



"Qualquer dia destes vais ver que as estrelas se desviam, por causa do fogo de artifício, que nasce só para nós..." - disse-te eu.

"Falam do vento e da liberdade, da alegria e tristeza, não sei se é imaturidade, talvez... ou talvez queira voar alto demais, só sei que adorei a nossa "viagem mágica a Paris, a chuva que caía, a forma como te sentavas, e davas atenção às crianças e o meu embaraço adorei!"
- Disseste-me tu.

Foram estas as primeiras mensagens que trocámos e foi assim que tudo começou...

Pedro, pê, Shiu, engo, inho, ratatui, tantos nomes, tantos significados numa linguagem que criámos só para nós!
Um dia, num domingo distante, prometemos não o dizer a ninguém. Hoje, num dia 22, gritamo-lo ao mundo!
Meu amigo, meu colega, meu amante, meu companheiro, meu confidente, minha âncora, meu crítico, meu marido...
Um dia, mandei-te embora e tu ficaste. Outro dia, mandaste-me embora e eu não fui.
Trocámos olhares, poemas, silêncios, cartas de amor. Partilhámos medos, segredos, sonhos e convicções... Em êxtase fiz-te jurar que se eu caísse tu me agarravas e em lágrimas não te agarrei, saltei contigo...
Viajámos e demos a volta ao nosso mundo... somos iguais e roubamos pensamentos! Somos diferentes: eu ensinei-te a protestar, a arriscar, fiz-te sofrer e sarei cada uma das tuas feridas. Tu ensinaste-me a parar, a esperar, a calar e afastas-te cada um dos meus fantasmas. Um dia disse-te que o amor não chega. Mas hoje, agradeço a cada uma destas pessoas que aqui estão que nos ensinaram, de alguma forma, que juntos somos mais. Só o amor não chega, mas nós chegamos.
Ao teu avô, ao meu avô,
Porque tanto é tudo!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

trouxe Flores



os tempos têm sido duros. No seu mundo real perderam a dignidade de poder festejar a vida. O que raio é festejar a vida?!
veio a chuva e depois o sol.
o vento e depois a brisa.
e então ela voltou com flores. Ele então acendeu duas velas, que colocou cuidadosamente sobre a mesa. Um pouco afastadas dos copos com um balanço geométrico, que significa a preocupação de lhe oferecer o belo. serviu vinho, nem bom, nem mau. Nem caro, nem barato. Vinho, vinho. Serviu-o sem a ansiedade da juventude que fervilha nestes momentos. O que ansiava estava ali. Não havia o desejo de a ter de seguida. Nada mais queria senão aqueles olhos de sempre, brilhantes novamente e um rosto de felicidade onde repousar. E nesta luz quente de frutos vermelhos, reencontraram a vontade de sorrir e brindar á sua paz e tranquilidade. A vida vem a seguir, podendo inspirar e reparar nas coisas belas que os rodeiam. Sem ar.... Não podem reparar, ninguém pode. Correm, como correram. Mas agora podem repar em tudo. Reparam todas as feridas, desta corrida. Param..

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Pedras do deserto

Estranhas formas de vida.

Em breve noutro vaso.

Tomilho

Reino: Plantae
Filo: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família Lamiaceae
Género: Thymus Linné




Arrancou-se pela raíz. Se pegar, deixarei crescer..

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

queda

Quando uma árvore está a recuperar de um alporque. Quando está sensível e um raminho prende-se no nosso casaco e cai ao chão... só há uma coisa a fazer se a árvore não estiver partida... voltar a colocar o solo no vaso e rezar que a Primavera traga boas noticias.

The stroke

Stroke... the drama, the violence and the beauty of assimetry.

Trabalhada com o Prof. Rui Ferreira no Jardim Bonsai a 27.1.16.
Aramamento e poda de formação.
Todos os dias as grandes assimetrias me criam desafios.
Porque são corpos e mentes a querer recuperar um lado,
que pode deixar de ser sentido, de ser movimentado, de ser consciencializado e a dor o persegue,
que torna tudo instável, que empurra a pessoa para a incapacidade de se adaptar com facilidade ao meio.
que impede o que nos distingue criar e transformar.
E as árvores, não sentindo, não mexendo, sem consciência... persistem na tempestade, vingam na carência, e vão ficando mais esculpidas, mais dramáticas, mais imponentes, mais fortes. Esta é a sua sabedoria, persistir na sua solidão.
Como as invejo.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

gostava que fosses um menino

sorria, com todos os seus cabelos dourados espalhados pelos lençóis da nossa cama.
um sorriso feliz, maroto, de criança que quer dizer uma coisa difícil. O corpo também estava ansioso para o dizer, e parecia espreguiçar-se a cada olhar e sorriso trocados.


...pai... Gostava que fosses um menino.
um menino, filhota? Então?
sim... Gostava que fosses um menino, para poderes brincar comigo. Brincares como um menino, sem fazeres as coisas dos grandes.


e a pausa foi inevitável. Como uma pancada. (Acorda... Esperam-te... A cada hora que trabalhas a mais há quem te espere. E quem te espera é demasiado especial e importante para te distraires como um básico adulto. Agora responde-lhe.)


eu também gostava de ser um menino, para brincar contigo. Mas olha, no sábado vou patinar contigo, sim?


apesar de patético... Um sorriso de esperança abriu-se do outro lado. Há sempre o fim-de-semana para ser novamente um menino. Desculpa-nos estas semanas tão vazias e com tão pouco sentido. Um dia compreenderás, tal como nós, que o mundo está ao contrário.





segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

o inicio da senhora do repouso



oferecida pelo meu sogro, apanhada por ele no seu jardim.
Foi o meu primeiro yamadori. As técnicas aplicas inicialmente foram arcaicas e com arame convencional. Depois conheci o meu Professor Rui Ferreira no Workshop que frequentei do Clube Bonsai do Algarve e deu-se início á sua real transformação.