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domingo, 30 de março de 2014

Encontro 29.3.14 Clube Bonsai do Algarve

Um encontro no romper da Primavera, onde se mantiveram os transplantes.

Transplantei esta Serissa Foetida, da qual não tenho fotos da árvore antes da intervenção. Dei-lhe outra orientação e ainda estou indeciso sobre a frente da árvore, pois a posição dos ramos não ajuda. Embora o movimento incial do tronco seja simpático, estive mais preocupado em conseguir melhores proporções entre a base do tronco e a altura exagerada da árvore. Dei-lhe uma poda forte e espero que surjam rebentos mais interiores para fazer uma copa mais baixa e mais compacta.


terça-feira, 18 de março de 2014

time


Há um movimento permanente nesta árvore de Dali. Há um tempo que não é o dos ponteiros, é o tempo de uma árvore com ramos despidos que continuam. Também podemos ver que a árvore suporta o tempo, se quisermos. Mas o que gosto particularmente é a intersecção entre a elegância e a robustez da árvore. A silhueta que fica pelo tempo que terá.

O que é o tempo? O que faz o tempo? Nem temos tempo para pensar nisso...




sucessão de coisas boas....


sucessão de coisas más...


alternadamente,


sucessivamente,


rapidamente...


lentamente, dependendo da nossa vontade... não da nossa distância...
quantidade de voltas ao sol...
quantidade de viagens à lua...
directamente,
escalonadamente,
rapidamente...
lentamente, dependendo do nosso desejo, não da nossa velocidade
o que é o tempo?
quantidade de processos celulares...
árvores crescidafrutas amadurecidas,
quantidades de andares...
abruptamente,
precipitadamente,
rapidamente...
lentamente, dependendo da nossa teimosia, não da nossa capacidade
número de despachos,
kilómetros percorridos...
velozmente,
levianamente,
rapidamente...
lentamente, dependendo da nossa expectativa, não da nossa resistência
... e é viagens concluídas, léguas coleccionadas
acidentes sofridos, pernas fracturadas
... ou cabeças partidas, golos marcados
barreiras atingidas, tijolos rebocados
... e é cheques passados, empregos trocados
livros lidos, testes copiados
... ou é ideias soltas, projectos realizados
copos bebidos, cigarros apagados
... e é peixes pescados, burros enganados, espertos premiados, textos maltratados, notícias ouvidas, rádios desligados, fotografias despidas, homens prostados...
e quando o tempo pára? Pára?
Sim... na tua boca,
já não se passa nada
olhos cerrados
tempos travados
sim... o teu pescoço,
já sem tempo, nem osso
só coração, só pulmão
só pele, só paixão
sim... o teu perfume
já sem ar, dá-me lume
só o nosso perfume
só o nosso Amor...
O Amor tem o tempo... não há tempo sem amor...
Tu tens me a mim... não existo sem ti...
Não há vida com tempo... há tempo com vida
Há vida com amor
junto a ti

sexta-feira, 14 de março de 2014

Pinus Sylvestris. Da minha terra.

Olá meus queridos,

Aqui a Laurinda não faz vestido por medida, nem o rapaz estuda nos computadores. Mas guardamos sempre vocês na nossa saudade, um cantinho que às vezes poderão achar pequeno, mas acreditem que é tão grande que pode ser capaz de nos matar.
Mas sabemos que estão sempre connosco e nós sempre convosco. Vocês são um e nós que estamos agora debaixo de capas pretas, somos vocês! Estamos a hora e meia de distância, à quem diga que estamos à distância que nos separa do telefone, outros dirão à distância do click. Pois sabem que mais... não temos distância nenhuma entre nós! Estamos sempre juntos!

É claro, que iremos á terra do Vento Norte, um cabo feito península, para vos ver no vosso terraço. Iremos visitá-los sempre.
É claro que ose lembram dos tempos do Pôr do Sol foram maravilhosos, e deixam-nos a todos saudades! lembro-me dos enormes quintais, das pistas de biciletas BMX que não estavam lá, do cheiro a pinhal e seu silêncio feito pelo vento a passar por entre as suas folhas duras como agulhas e mar a bater forte na areia. Lembro-me dos passeios com o cão e até mesmo das mercearias ou das papelarias que vendiam cromos. E o jogo das escondidas, os cartuchos e as traquinices de criança que perturbavam os sonos de turno e os velhos rezingões que existem em todos os bairros. Ainda há bairros? E as festas de anos, aquelas que a mãe preparava com todo o carinho? Pareciam que tinham fogo de artíficio, com doces da Terra do Nunca e crianças felizes que suavam brincadeira? Lembram-se do cheiro a carvão, para o peixe fresquinho? Que bom! E a câmara de filmar as pombas que vinham de outros quintais... claro que tinham de vir para a nossa casa de ternura e amor! Penso que acreditava que a minha mãe era mesmo a Branca de Neve e o meu pai o princípe, porque todos queriam estar connosco!
E as escolas a dois passos rodeadas de jardins de pinheiros, que guardavam mistérios e aventuras de criança no Verão. Eu não me esqueço que ansiava pelos dias grandes de férias, porque podíamos jogar à noite na Rua, picados pelos mosquitos e abrigados pelas estrelas lá no cimo que sempre salpicaram de forma diferente o Alentejo. Não sei se preferia o Verão por causa da praia, por causa do pôr-do-sol com o seu silêncio tipíco de Santo André feito por vento e ondas do norte, por causa da noite ou porque podíamos fazer as nossas férias históricas...

O inverno era mais chato... mas podíamos ir para a escola a escolher as poças que entravam no nosso jogo abrigados pelo vosso enorme guarda-chuva. A chuva parecia também fazer os intervalos mais pequenos, no bairro azul, na P2 ou na escola cor-de-rosa, o dia era sempre mais curto. Lembram-se que nunca fomos os últimos a serem recolhidos na escola? Vocês foram sempre os primeiros! Talvez nunca tenha havido realmente um Inverno...

No entanto a nossa casinha do Pôr-do-sol, aquecia com o fogão e as panelas que concorriam com os saquinhos de água quente, apesar dos longos corredores e da construção pré-fabricada! Não sei quem ganhava... mas sempre dormi quentinho, debaixo daquela espectacular pista de comboios pendurada por roldanas no tecto!

Depois veio o campo... foi bastante diferente claro... mas foi muito bom. Lembro-me de descer no carro, chegados da escola e vocês do trabalho, aquela estrada de terra-batida que embatia com um vale lindissimo pintado todo de trigo. Continuando o caminho íamos dar à Maria da Moita, uma quinta perdida no matagal, composta principalmente por uma vacaria e por uma casa para os vaqueiros.

Poderá ter sido difícil a adaptação, mas a minha mãe no final da tarde preparava o jardim com os gladíolos laranjas e as roseiras que embelezavam os grelhados do fim-de-semana! Os cães tinham uma independência grande e uma lealdade total. os quartos individuais, a sala com lareira, a cozinha com dispensa, as escadas com degraus mal amanhados e o sótão com vários cantinhos fizeram a nossa adolescência, que felizmente naquela aldeia ficou mais perto de vós.
Depois veio o cabo... a pequena casa em que se construiu um maravilhoso terraço, do Larguinho e da mercearia com as ultimas pequenas novidades da vila mais movimentada, banhada pelo mar a sul e a norte. Depois um apartamento com tudo, com varandas e connosco sempre! Foi lá que fiz estudo mais específicos e onde ainda tenho a minha biblioteca, a mana terminou o 12º segundo. Mais gente, mais histórias e mais projectos dos miúdos da família.
Agora meus queridos... deixem-me agradecer tudo isto... não sei como! Mas o facto de não me faltar nada, me darem possibilidade de continuar a estudar mais um pouco e saber que posso contar sempre convosco faz-me muito feliz!! Muito obrigado! É com orgulho que sei que são os melhores pais do mundo.




É por esta saudade que somos a melhor família do mundo, obrigado por tudo.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Contra a mercantilização do conhecimento: por uma educação e uma ciência públicas e cidadãs

Eu sou o espelho das minhas árvores,
as minhas árvores são o meu reflexo.

Contra a mercantilização do conhecimento: por uma educação e uma ciência públicas e cidadãs (texto na íntegra in Jornal Publico 6.3.14)

https://www.facebook.com/pages/Manifesto-Para-Um-Mundo-Melhor/146132612150477?fref=ts

É hoje evidente que, sob o pretexto da crise financeira, o atual governo avança a passos largos para uma estratégia de fragmentação e mercantilização da educação e da ciência, num duplo sentido: por um lado, as escolas, os cursos, os/as professores/as, os/as investigadores/as e o próprio conhecimento, são reduzidos a produtos transacionáveis e consumíveis, como quaisquer outros; por outro lado, a estratégia nacional para a educação e a ciência resume-se à produção e difusão de informação útil às empresas e a um projeto de Estado ao serviço dos grandes interesses capitalistas, no âmbito de um projeto mais vasto de transformação da sociedade portuguesa numa sociedade de mercado desregulado, tentando aplicar uma visão distorcida das regras de funcionamento da economia de mercado à sociedade, beneficiando os beneficiados e prejudicando todos os outros.
Tal estratégia tem um significado e um efeito muito profundos na produção da sociedade de amanhã, sobretudo atendendo a que diversos autores recentes a têm designado como sociedade do conhecimento, embora esta atualização discursiva não possa ser aceite de modo acrítico. Frequentemente invocada de forma otimista para caracterizar uma época que tem que ver com o nascimento e expansão das novas tecnologias e de novos negócios no setor do conhecimento intensivo, com novas práticas de controlo e avaliação do saber, com a centralidade da racionalidade produzida pela ciência, a proposta de construção de umasociedade de conhecimento tem-se tornado, também, numa construção de desinformação e de desconhecimento, nomeadamente quando envolta no véu da competitividade e crescimento e da preocupação política de pendor claramente economicista, em que a utilidade de cada um fica dependente da capacidade de se tornar mais ajustado, pela mudança na forma e conteúdo das qualificações, às novas exigências do mercado.
Em educação, vai-se afirmando um sistema baseado no autoritarismo, nos exames e nas hierarquias disfuncionais, que segmenta as crianças desde o início do percurso escolar, lançando-as numa longa e voraz competição, cujo resultado não será outro senão a exclusão e submissão de uma larga maioria, outrora excluída de facto e atualmente “excluída do interior” dado permanecer na escola sem ter sucesso nela. O contacto entre crianças de diferentes meios sociais é tornado dispensável ou mesmo indesejável, negligenciando a sua importância para o conhecimento das e o respeito pelas diferenças. O desenvolvimento de um conhecimento geral, de um pensamento crítico e humanista ou de práticas emancipatórias de cidadania, pilares fundamentais da sociedade democrática, ficam completamente submergidos neste novo “quase-mercado educativo”, que alimenta igualmente mercados paralelos, como os das explicações e dos fármacos. As crianças e jovens, com condições muito assimétricas e diferentes inteligências, gostos e interesses, passam a ser formados neste novo darwinismo social, em que cada um luta por si, todos contra todos e que ganhe o mais forte (que é, em regra, o mais privilegiado, quem pertence a uma classe dominante). Isto significa um violento ataque ao conceito de educação, pelo menos como este tem sido concebido e praticado desde o projeto de construção de uma escola de massas, universal, obrigatória e gratuita, multi-regulada, com igualdade de acesso e de sucesso.
Ao nível científico, procura-se impor a mesma lógica, lançando permanentemente os investigadores uns contra os outros, enriquecendo uns e excluindo outros, em nome de uma produtividade científica e de uma utilidade para a economia, nem sequer aferidas por critérios transparentes ou por instrumentos credíveis. Condenam-se à extinção, desta forma, linhas de investigação e áreas disciplinares inteiras, esquecendo-se que muitos dos avanços científicos são, na verdade, públicos, educativos, culturais e civilizacionais, não tendo uma aplicação direta e de curto prazo para o crescimento económico, mas constituindo a base indispensável para muitas dessas aplicações. As ciências sociais são particularmente afetadas, não sendo reconhecido o seu importante papel na consolidação da cidadania crítica, das políticas públicas e do desenvolvimento social e económico.
Nesta voragem da fragmentação e da competição, elimina-se igualmente a própria noção de “comunidade científica”, sem a qual a ciência não poderá desenvolver-se. Mais grave ainda, esfuma-se a ideia do conhecimento como “bem público”, sem o qual o projeto de sociedade democrática e moderna fica irremediavelmente truncado. Um discurso que tem como uma das suas pedras de toque a ideia de que a investigação deve ser realizada nas empresas tem como consequências deixar de lado toda a investigação fundamental nas ciências sociais e humanas (que não é passível de aí ser realizada) e, ao mesmo tempo, condena as empresas portuguesas a não beneficiarem da investigação científica, dado que a esmagadora maioria, pelas suas características, não tem qualquer capacidade de a desenvolver ou promover. Na prática, advoga-se o desinvestimento em ciência.
Nada disto, porém, é inevitável. O projeto de uma educação e de uma ciência que constituam bens públicos e pilares da democratização e do desenvolvimento ao serviço da humanização das sociedades, tem mobilizado muitos milhões de pessoas ao longo dos últimos séculos e, em Portugal, conheceu um enorme avanço nas últimas décadas, independentemente das flutuações dos ciclos económicos. Além disso, os próprios avanços culturais e tecnológicos têm produzido inúmeros novos meios através dos quais tal projeto pode ser atualizado e aprofundado. A Internet é possivelmente o melhor exemplo, mas não o único.
É tempo, pois, de nos unirmos e dizermos que esta não é a educação e a ciência que queremos deixar às novas gerações. Tal projeto implica, também, um exercício crítico e auto-crítico, de recusa de fechamento em modelos anacrónicos. É verdade que as nossas escolas e universidades foram assentes em pesadas hierarquias e numa tradição de fechamento elitista, herança das estruturas religiosas, reforçada pelo Estado Novo e não totalmente removida pela revolução democrática. É fundamental que as escolas, as universidades e os centros de investigação sejam espaços, eles próprios, democráticos, justos, rigorosos e humanistas, de forma a que possam ser alavancas da democracia, do bem-estar, da justiça social e do desenvolvimento humano sustentável.
Exorta-se, então, a um movimento coletivo, não apenas de repúdio consciente e fundamentado da nova ordem mercantilista, mas que contribua para afirmar estes sistemas como bens públicos e pilares da coesão crítica, democratização e desenvolvimento. Exorta-se, ainda, a que a promoção da cultura científica seja uma prioridade nacional, enquanto base de cidadania, de inclusão não subordinada, de conhecimento rigoroso de nós próprios, dos outros e do mundo, pilar-chave, enfim, de uma esfera pública alargada. Exorta-se, finalmente, à consideração das ciências sociais como possibilidade de entender os múltiplos tempos que fazem o presente; de combater o preconceito, a discriminação e as diversas formas de desigualdade, contribuindo para a compreensão e a superação da atual crise económica, financeira e social.

Carlos Estêvão (Universidade do Minho), Fernando Diogo (Universidade dos Açores), João Teixeira Lopes (Universidade do Porto), Maria José Casa-Nova (Universidade do Minho), Pedro Abrantes (Universidade Aberta), Sofia Marques da Silva (Universidade do Porto), membros do Manifesto para um Mundo Melhor (Manifesto Internacional de Cientistas Sociais).

Ghandi

Ao levar a minha filha ao Jardim-de-infância, deparei-me com um cartaz enfeitado pelas crianças e com a caligrafia desenhada pela Professora, em que se lia:

"Não há caminho para a paz. A paz é o caminho." Ghandi.

E o caminho faz-se com Saúde, Educação e Justiça.

Por que caminho andamos nós?

Um resumo sobre as ciências de Boaventura de Sousa Santos.



 

. Paradigma emergente

 O paradigma emergente, surge a partir do paradigma dominante, que se tem vindo a constituir desde o século XVI. A Ciência moderna, que se encontra em crise, produz conhecimentos especializados e concretos, mas que dispersam o Homem na virtualidade e não servem, na totalidade, a sociedade.
É uma revolução científica diferente daquela que ocorreu no século XVI, este paradigma tem um contexto diferente. Um contexto modificado e influenciado pela própria ciência, que por esse motivo tem de ser um paradigma social.
Boaventura de Sousa Santos, lembra que já outros autores, Fritjof Capra, Ilya Prigogine, Eugene Wigner, Eric Jantsch, Daniel Bell, Habermas, tinham abordado o tema e detectado um novo paradigma a despoletar. Boaventura confere o nome de Paradigma Emergente, a esta revolução ou crise. Mas devido ao contexto em que se insere é um Paradigma científico e um paradigma social, ao mesmo tempo:
        Paradigma científico, de um conhecimento prudente;
        Paradigma social, que contribua para uma vida decente;
Para além destas características gerais, o paradigma emergente apresenta 4 características específicas:
1.      Distinção dicotómica entre ciências naturais e ciências sociais;
2.      Fusão de conhecimentos científicos naturais, sociais e humanísticos;
3.      Composição transdisciplinar e individualizada do trabalho científico;
4.      Alcance de um conhecimento científico prático e que ajude a viver melhor;

domingo, 2 de março de 2014

Dia 6 Jardim Bonsai

No dia de hoje tive mais uma aula, no Jardim Bonsai, com Rui Ferreira. No Jardim o tempo passa a voar, como o tempo na paixão. Olhamos as nossas árvores, cuidamo-las e pronto já é hora de arrumar, limpar o estudio e regressar. O Jardim Bonsai é decididamente um local a visitar, para os aficcionados e apaixonados por Bonsai. Tem excelente material e já percebi que no País não vale a pena procurar muito mais, sobretudo para quem reside no Sul.



 Levei para transplante o Buxus e o ulmeiro chinês que adquiri em Dezembro de 2013. O Rui já tinha trabalhado o Buxus, que respondeu muito bem à ultima poda. Passou para um vaso provisório, que pelo seu tom avermelhado até funcionou razoavelmente. Ficou de aordo com a lenda a que o associei.



 O ulmus também se encontra num vaso provisório. O Rui deu-lhe uma poda de formação profunda e orientou alguns ramos. No futuro terá outra inclinação e será trabalhada a base.




Prometo apresentar fotos com melhor apresentação... 





sábado, 1 de março de 2014

Mostra / workshop Bonsai no Mercado

No próximo dia 5 de Abril, Clube Bonsai do Algarve irá realizar uma mostra e workshop, no Mercado Municipal de Loulé.O Workshop teórico-prático, pretende transmitir os aspectos básicos de manutenção do Bonsai. Para mais informações deverão contactar o Clube.