"Qualquer dia destes vais ver que as estrelas se desviam, por causa do fogo de artifício, que nasce só para nós..." - disse-te eu.
"Falam do vento e da liberdade, da alegria e tristeza, não sei se é imaturidade, talvez... ou talvez queira voar alto demais, só sei que adorei a nossa "
viagem mágica a Paris, a chuva que caía, a forma como te sentavas, e davas atenção às crianças e o meu embaraço adorei!"
- Disseste-me tu.
Foram estas as primeiras mensagens que trocámos e foi assim que tudo começou...
Pedro, pê, Shiu, engo, inho, ratatui, tantos nomes, tantos significados numa linguagem que criámos só para nós!
Um dia, num domingo distante, prometemos não o dizer a ninguém. Hoje, num dia 22, gritamo-lo ao mundo!
Meu amigo, meu colega, meu amante, meu companheiro, meu confidente, minha âncora, meu crítico, meu marido...
Um dia, mandei-te embora e tu ficaste. Outro dia, mandaste-me embora e eu não fui.
Trocámos olhares, poemas, silêncios, cartas de amor. Partilhámos medos, segredos, sonhos e convicções... Em êxtase fiz-te jurar que se eu caísse tu me agarravas e em lágrimas não te agarrei, saltei contigo...
Viajámos e demos a volta ao nosso mundo... somos iguais e roubamos pensamentos! Somos diferentes: eu ensinei-te a protestar, a arriscar, fiz-te sofrer e sarei cada uma das tuas feridas. Tu ensinaste-me a parar, a esperar, a calar e afastas-te cada um dos meus fantasmas. Um dia disse-te que o amor não chega. Mas hoje, agradeço a cada uma destas pessoas que aqui estão que nos ensinaram, de alguma forma, que juntos somos mais. Só o amor não chega, mas nós chegamos.
Ao teu avô, ao meu avô,
Porque tanto é tudo!