Reino: Plantae
Divisão: Pinophyta
Classe: Pinopsida
Ordem: Pinales
Família: Cupressaceae
Género: Juniperus L.
Espécie: Juniperus Chinensis
"A literatura é prova de que uma vida não é suficiente." Fernando Pessoa
Eu diria:
"As árvores são a prova de que uma vida não é suficiente."
Quando iniciei o estudo do Bonsai, no Clube Bonsai do Algarve, muito satisfeito e entusiasmado ficava com os trabalhos de transformação das minhas árvores. Depois comecei a compreender a necessidade de conseguir bom material de base e cedo me disseram: "chegará a altura em que irás querer ter árvores formadas". Na altura duvidei. Mas de facto, cedo vamos ficando mais exigentes com as nossas árvores e cada vez desejamos árvores que reúnam mais elementos de qualidade. Apesar de lermos os manuais de Bonsai, onde vemos transformações espectaculares de árvores de viveiro, é bom estar ciente que a experiência e o treino demonstram que é preciso ter conhecimentos e sorte para conseguirmos uma boa árvore a baixo custo.
Em discussão com o meu Professor Rui Ferreira, já concordei que a árvore é demasiado alta para a largura da base e portanto serão feitas intervenções mais drásticas.
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Deixo a foto dos trabalhos já realizados com total acompanhamento do Rui Ferreira. Transformaram-se os ramos mal localizados em Jin. No futuro, criar-se-ão Sharis. Colocou-se um tensor, para orientar aquilo que será o tronco principal. Fez-se a primeira poda de formação. Um alporque será realizado, logo após ao nó primeiro nó, dando origem a uma segunda árvore.
O Juniperus que separou a terra e criou o mar
Se há Deus, ele esteve aqui. Esteve aqui para apontar o dedo ao homem, que reclamava toda a terra para ele.
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Arrifana, Aljezur, Portugal. |
-Uni esta Terra com este Juniperus, não o arrancarás para comer, para abrir caminho ou para o teu gado o devorar.
-Sim, meu amo. A terra e o Homem estarão unidos entre si, obedecendo à tua vontade.
Mas um homem não dura mais que uma árvore, nem tão pouco dura mais que a terra onde andam os pés. Foi sua missão deixar bem claro aos seus descendentes, que as raízes do Juniperus seguram a vontade do senhor.
Um jovem forte e bonito, quis lá cultivar. Logo apareceu o supremo:
- Deixarás aí essa árvore, que as raìzes seguram a Terra que criei. Ide à tua vida.
- O meu avô já me terá falado de ti.
- Bem, suponho.
-Nem bem, nem mal. Falou com a leveza que o tempo dá às palavras. De tal forma, que vou arancar este Juniperus, para melhor alimentar os meus filhos.
- Então pagarás o preço da tua desobediência.
- Não te desobedeço, pois faço-o por amor aos meus filhos.
- Mas em primeiro deves admirar e seguir o teu senhor.
- Devo? E quem mata a fome às barrigas? Desculpe lá, mas o senhor contradiz-se. Posso?
E o robusto jovem avançou para o Juniperus.
- Pára! Ordeno-te!
- Oooohhhh raça! Eu vou então informá-lo que estou decidido a cultivar esta Terra. Se é tão poderoso, agarra a Terra de outra forma. Com umas vigas ou cabos de aço, sugiro eu.
- Se arrancares a árvore, dou-te o Mar e o peixe para comeres. Mas terão origem neste Oceano as ondas, os furacões e os monstros dos teus pesadelos.
- Cá faltavam as condições. Aceito. Como sempre seguirei às cegas a negociata, consigo a acompanhar-me na solidão que separa o amor da maldade.
E com um machado, cortou o Juniperus. A Terra tremeu... rugiu... entrou em fogo e saiu em Mar... todo o Mar. Todo aquele azul até ao horizonte. Aquele homem e seus filhos ficaram à beira da espuma das ondas e do calor da areia dourada. atrás de si as falésias negras, do fogo queimado da furia de Deus, que passaram a ser a muralha da terra e da planície.
só com os seus braços e coragem viraram pescadores... porque a terra secou. Obra de quem? Oferecendo a vida ao mar, que hoje ainda os suga em ventos e raios, em vagas e tufões.
E assim Deus criou o homem pescador, para sempre ligado mar revolto que o leva e nem sempre o traz de volta. Saberá Deus quem fica com estes espirítos bravos e suas forças de guerreiros do mar
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