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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ulmus - amor

Reino: Plantae
Divisão: Angiospérmicas
Classe: Rosídeas
Ordem: Rosales
Família: Ulmaceae
Género: Ulmus
Espécie: Ulmus Parvifolia
Nome Comum: Ulmeiro; Olmo; Ulmo; Negrilho; Lamegueiro; Lomegueiro; mosqueiro; Aveleira-brava

22.2.14 - vaso Slovakia (http://www.e-bonsai.eu/e-bonsai/bonsai-pot/pa-pao/papao-r-seria/)


Transplatado a 13.10.2013, na aula do Mestre Rui Ferreira no Jardim de Bonsai. Alterou-se o estilo e a árvore ganhou dinamismo. O vaso de fabrico artesanal, é elegante e liberta a árvore. Adorei o trabalho do Mestre Rui. A árvore ainda está por acabar.


Já não me lembro à quanto tempo o vejo a crescer. Terá pelos menos três anos, pois foi o único sobrevivente à nossa lua de mel. Outras mãos... outras regas... e só este ulmus ou Ulmeiro nos acompanhou. Com o nosso cuidado foi ganhando novos galhos, novas folhas. Temo-lo cuidado. E como sabemos "quando a gente ama é claro que a gente cuida".
Quanto mais tempo cuidamos, mais nos afeiçoamos à presença, à permanência, ao amor.
Estas coisas têm graça... mas fazem parte de nós e pronto. Na loucura e vergonha de dizer "eu amo esta árvore", tenho de o dizer... não pelo ser vivo que é mas pelo que representa, pelo que traz comigo em cada curva do seu tronco. Transporta-me para as memórias de outras casas, de outras vidas, de outras viagens mas do mesmo amor, da mesma presença. Então decidi que esta árvore deveria ganhar "o amor"... estava a pensar este texto para uma macieira, mas essa é a árvore do desejo não do amor:




24.5.2013

Ulmus nesta foto após poda de manutenção, espero agora que rebente mais proximalmente, para melhor preencher os espaços dos ramos sem folhagem. 27.6.2013


1. “Amor” Hoje

Não sei definir o que é o amor tão bem como Aristóteles, Comte-Sponville, Nietzsche, Kant ou Espinoza mas, sei sentir o amor. Sei que o senti porque já o recebi, já o dei, já o retribui, já o tive, já o perdi, já o recuperei... É o amor nas três formas propostas de Comte-Sponville (1995); É o amor de Aristóteles; Foi (na paixão) o amor de Platão. As minhas circunstâncias foram, penso eu, o amor e portanto, vivi amor. E se o amor é vida e se eu vivo, então já senti amor ou pelo menos senti a sua falta ou desejei outro amor.
A facilidade e a simplicidade desta virtude, ilude-nos, penso que a todos aqueles que ainda não viveram muito, isto é, não aqueles que vivem muitos anos, apesar de acreditar que há uma certa proporcionalidade, mas aqueles que já experimentaram viver muitas coisas e conheceram o amor de Êros, amor de Philia e o amor de Agapé.
O amor na nossa sociedade parece uma virtude gratuita, ao alcance de todos, é banalizada em todos os cantinhos em que o Homem pode lucrar com isso. Aliás, parece tão simples como a àgua que sai da torneira e é tão importante ao Homem, faz parte dele, compõe a maior parte do seu corpo...Talvez o amor constitua a maior parte do seu espiríto.
Nos contos infantis os príncipes salvam as princesas, porque são bonitas e boazinhas, casam com elas e são felizes para sempre. No cinema os actores, lindos de morrer, dizem “amo-te muito”. Nos chats pode-se escrever muito facilmente “amo-te”. Na rádio há programas cujo título é “o amor é...” ou “o amor acontece...”. As telenovelas terminam sempre com um amoroso casamento.
Passando para o lado de cá, todos devem amar entre os 18 e os 30 anos de idade para casarem, terem filhos e igualmente viverem felizes para sempre. Boa moral, mores da melhor, em latim... e talvez pouco amor, talvez amor Platónico, talvez.
Esta simplificação do amor, relacionar-se-á directamente com aquilo a que Ortega y Gasset (1989) chama de “Frenesim simplificador”, na sua obra “A Rebelião das Massas”.
Mas, como este amor ocidental vai conferindo algum Capital não necessita de ser alterado, nem convém por isso ser pensado, é um “amor produto” que vende bem. Não é bem assim, crescer com Êros, sentir a Philia de Aristóteles, para depois se traçar o caminho e um outro longo trajecto até chegar a Agapé. Apesar de se encontrar alguém nosso amigo, alguém especial, o nosso amor, seria bom aprender a pensar o amor e aceitar que é uma emoção que se pode construir. E se construímos lado a lado, seja com quem for, as ambições e os objectivos daquilo que se ama devem ser complementares.


2. Porquê amor?

Decidi falar desta virtude o “amor” quando ouvi a frase de Santo Agostinho: “Ama e faz o que quiseres!”. Esta será a mãe de todas as outras virtudes. E todas as atitudes e comportamentos com um fundo de amor são o bem, sem que seja necessário dever cumprir Regrais Morais para desempenhar uma boa acção.
Parece simples, mas se formos sinceros connosco próprios, muitas vezes fizémos o bem sem amar o outro, de acordo com Comte-Sponville (1995).
Lembro-mo daquela imagem do belo pacote de batatas fritas que nos é oferecido, um grande e magnífico pacote, para saciar a nossa gulosice! Brilhante! E quando estamos a colocar a primeira e melhor batata na boca, eis um rapazito ou rapariguita da nossa idade a chorar por as melhores batatas do planeta... caramba... E depois o tal ritual, de afastar um pouco o pacote das batatas para o lado contrário da outra criança, conbrindo-o com o nosso tronco, na esperança que ele se cale por entender que aquelas são as melhores batatas do mundo e já têm dono... mas continua a chorar... irra! E surge uma voz lá do quinto andar... – “Vá Pedro então não dás uma batatinha ao menino(a)”. E lá vai a batata, a melhor do mundo, para a boca do outro. Levamos uma festa na cabeça e temos fé que para a próxima o pacote seja maior. Passado algum tempo já não nos lembramos disso, mas sei que no futuro diremos aos nossos filhos para partilhar com os outros. Não por amor... mas por Moral e porque assim faremos o bem, mas também porque quando estivermos na posição do menino que chora, esperaremos que a nossa imensa gritaria traga uma batata igual. Daqui se pergunta se... o amor pelo próximo é herdado ou adquirido? Quando é que somos capazes de amar o próximo verdadeiramente... sem esperar seja o que for? É assim que se começa? Não sei.
Sócrates diria que me estariam a ensinar o que é a amizade, ou a formar um caminho para a amizade, porque já todos demos a melhor batatinha frita do mundo a alguém e sentimo-nos muito bem ao longo desse dia: - “dei a alguém que ficou feliz!”.
A aula serviu para revolver um pouco da minha vida e identifiquei muitos amores diferentes, muitas certezas e também muitos erros. Talvez o mesmo possa acontecer a qualquer um que se permita tomar a posição da estátua de Auguste Rodin, o pensador, e questionar-se sobre “o que é a ética” e “o que raio é o amor”!
Ao longo deste ensaio efectuarei uma análise sobre o “estado do amor” na cultura ocidental, uma discussão que ocupará o primeiro ponto. Depois julguei interessante indagar sobre quando é que o amor começa, dedicando atenção a este assunto no segunto ponto. De seguida são apresentados muito resumidamente os três amores propostos por Sponville (1995) que me ajudou imenso na minha reflexão, iniciando no ponto à frente se o Homem é capaz de se amar.
Virá depois o meu amor, aquele que sinto, aquele que quis escrever sem a preocupação de classificar... o leitor julgará por si. No último ponto apresento algumas (in)conclusões.

Se a ética é saber viver,
E se o amor é vida,
Então todos temos amor.

24.5.2013


3. O Início do amor

Como Vygotski admite que “eu, sou eu e a minhas circunstâncias”, admito que o amor que sinto e posso transmitir, seja um amor adquirido, tal como sugere Freud (cit. in Comte-Sponville, 1995). Poderei dar aquilo que nunca recebi? O amor que sinto será semelhante ao dos meus pais? O amor vem nos génes?
Talvez venha a amar como eles se amam e como eles me amaram. Ficaria muito feliz, muito realizado se for capaz de o fazer. Haverá outros que amarão de forma diferente, influenciados por outrém. Segundo Freud, Piaget, João dos Santos, Eriksson, Vítor da Fonseca ou Bronffenberger, entre outros autores, são da opinião que os pais e a estabilidade afectiva que conferem são determinantes no desenvolvimento da criança. Acredito que não é só a Moral que é transmitida, acredito que também o amor é transmitido por interacção entre a criança e seus pais. E se este amor, que segundo Aristóteles se designa por Philia e é o verdadeiro amor, aquele que não pretende nada em troca, quanto mais equilibrado e verdadeiro maiores probabilidades terá a criança de ser feliz.
Como segundo Vigotsky, “eu, sou eu e as minhas circunstâncias” o amor que posso dar será uma predisposição genética, mais o amor que recebi. Onde começamos a amar? Será que aprendemos a amar assim que contactamos pela primeira vez com a nossa mãe?
Por outro lado se ainda não tive filhos, posso nunca ter sentido o que é “amor de pai...”, o que se sente pelos filhos? Aristóteles poderia dizer que este amor, é alegria e amizade, apesar de diferente na sua forma ou intensidade, é um amor que se nutre pelos filhos e pela mulher ou pelo marido, surgindo por ordem natural. Poderá o amor ser uma característica Humana, uma virtude comum a todos? Se assim for Jean Jacques Rousseaux tem razão quando defendia que todas as crianças nascem boas e portanto capazes de amar.
E se o amor é uma virtude... e se Comte-Sponville (1995) pensa que as virtudes podem ser ensinadas mais pelo exemplo, então o amor aprende-se.


4. Resumo de Erôs

Por vezes o povo não conhece as raízes ou as origens do seu próprio conhecimento. Quando
empregamos a expressão “aqueles dois... sofrem de amor platónico”, umas vezes correctamente, outras não, estamos a recuperar o entendimento que Platão tinha da origem do amor e o que era ele na sua essência. Na sua obra mais popular, “O banquete”, o grande filósofo Grego apresenta dois discursos, um de Aristófanes e outro de Sócrates. Segundo Comte-Sponville (1995) o público quando usa a expressão anteriormete citada, refere-se ao discurso de Aristófanes, que não é de todo concordante com a perspectiva de Platão que preferia a dimensão amorosa de Sócrates.
Resumidamente Aristófanes propõe que o amor significa a complitude, as pessoas amam-se e completam-se, tornam-se uma unidade e alcançam a felicidade. Aristófanes acreditava que os ancestrais do Homem eram duplos, ou seja, eram duplos, “os machos, que tinham dois sexos de homem, as fêmeas, que tinham dois sexos de mulher, e os andróginos, que, como seu nome indica, tinham ambos os sexos” (Cit in. Comte-Sponville, 1995). Estes tinham poderes invejaveis, a tal ponto que desafiaram os Deuses, e Zeus puniu-os separando-os. Daqui resulta a necessidade de encontrarmos a “cara metade” que nos irá conferir a unidade e a felicidade.
Platão não concordava com nada disto, detestava Aristófanes. O seu entendimento do amor, é idêntico ao de Sócrates que o defendia que amor era amor a alguma coisa, era desejo de algo ou alguém e que no final restaria a falta, a tristeza e o vazio. Esta é a real definição de “amor platónico”, amor com paixão pelo belo, pelo erótico, pelo desejo, depois o sofrimento, a falta e no final com tragédia e morte. Se o Homem deseja o que não tem, se deixa de amar e desejar o que passa a ter, se quer possuir aquilo que está sempre noutro horizonte, então Platão diz que o Homem depois do amor que será nada e nada é a morte. O amor só tem continuidade através dos filhos que o Homem deixa, é prossecução do seu amor. Amores tal como o de “Romeu e Julieta” ou “Tristão e Isolda” são o exemplo de que o amor só o é enquanto não o temos, a não ser no momento da morte. Claro que este é o amor que comumente não se deseja, o amor apaixonado e sofrido.


5. Resumo de Philia

Aristóteles tinha uma opinião contrária à do seu Mestre. Na sua obra “Ética a Nicómaco” o filósofo admite que “amar é a virtude dos amigos” que consiste em “amar sem ser amado”, que é igualdade, justiça e fidelidade, amar é portanto fazer o bem. Spinoza diz que “amor é alegria” e o amor faz-se, tal qual como um desejo se satisfaz e que isso nada tem a ver com falta. O amor é portanto atingir a alegria e a felicidade por se ter aquilo que se ama e que se deseja. Podemos amar e desejar sempre, sendo que desejar será o rastilho e o amor será o “fogo que arde sem se ver”, mas está lá, a felicidade está lá. Para Aristóteles podemos amar o nosso parceiro, podemos desejar e amar a nossa família e gozá-la sempre que desejarmos... porque ela está lá.
Comte Sponville remata o seu estudo assim “Há o amor que sofremos, é paixão; há o amor que fazemos ou damos, é acção (...)” é Philia.


6. Resumo de Agapé

Este é considerado por André Comte-Sponville o expoente máximo do amor, o amor divino, um amor universal. Seria o amor que caso o Homem realmente o possuísse, a Moral poderia ser colocada no armário. Seria o amor de Cristo, aquele que abrange até o inimigo, o amor que dá a outra cara; Aquele que fará o bem a todos sem esperar nenhuma coisa em troca.
Agapé ama seja o que for, é portanto o amor da criação, mas desinteressado. É a caridade; É a possibilidade da ausência de Deus.


7. O amor de cada um

Se um constructo, se uma aquisição, se uma partilha, uma alegria ou mesmo uma falta, o amor será para cada criança, rapaz, rapariga, homem ou mulher, as suas vivências amorosas e fará parte da sua diferença. Desde o seu nascimento, cumprindo os seis amores de Eduardo Sá, passando pela tumultuosa adolescência com Platão, para encontrar a Philia e tentar tocar a Agapé.
Sinto que tive a possibilidade de experimentar vários amores e portanto poderei considerar-me mais rico.
Haverá necessidade de coragem para ultrapassarmos todos os níveis amorosos? Se é que algum é melhor que outro... Se o amor é a mãe de todas as virtudes, então não deveria precisar dessa coragem mas, penso ou melhor, sento que já necessitei de coragem para andar com o amor para a frente. Se é que passar de Êros para Philia seja uma evolução, eu penso que sim.


8. Amor Universal

Parece-me tudo rápido demais, eticamente egoísta demais, há demasiado Êros no nosso mundo. Cultiva-se o Êros, não se quer Agapé. Defende-se o amor pelo outro... mas na realidade o Homem tem-se demonstrado demasiado narcísico, egoísta, demasiado alucinante, muito distraído para poder amar o seu semelhante. Há homens que já nem os seus filhos amam... nunca foram amados... e agora? Talvez a Moral.
Parecemos cada vez mais distante deste Amor Divino... talvez só a Deus pertence. E a Moral parece cada vez menos considerada como nos faz ver Ortega Y Gasset (1989) na “Rebelião das Massas”.
Não é o fim. Mas é o continuar sem amor ao próximo... Com menos amor ao próximo. Amor ao inimigo? Não... Não me parece... Nem todos são capazes.


9. O meu amor escreve assim...

Se falar de amor é uma tarefa difícil, então escrever sobre amor é uma ilusória pretensão…
Não se pretende fazer uma revisão da literatura sobre o tema, nem discutir teses ou opiniões, apenas que estas linhas surjam como se pensa que o amor deve fluir: livremente.
Se se fala de amor desde que se fala de vida e se se fala de vida desde que se fala de morte, então fala-se de amor desde que se fala de morte. Este poderia ser perfeitamente um dos silogismos de Aristóteles e Platão. Mas, tal como os que são vulgarmente conhecidos através da lógica de Aristóteles, também este é digno de refutação…
Falar de amor significou, no passado, falar de morte, de desgosto e de sofrimento. Lembremos a literatura clássica, o romance de Romeu e Julieta ou a poesia de Bocage.
Platão, Aristóteles, Kant, associavam o amor à perda, à ausência; Shakespeare, à separação, ao desespero; Bocage, ao desprezo, à solidão. Para Camões, era “um fogo que arde sem se ver”; para Florbela Espanca era “alma, sangue e vida”; Para Ricardo Reis era “toque, carne”…
O amor está nas páginas dos livros, nas letras das músicas, nas imagens da publicidade, está em todo o lado, depende apenas do prisma através do qual o vemos.
Eduardo Sá, fiel descritor da realidade dos nossos dias, apresenta-nos seis amores, defendendo o sexto como sendo o especial, o único. Pessoalmente, concordo.
Penso que se se analisar a realidade actual, encontramos um retrato fidedigno do que é o amor, sem adereços, sem falsos moralismos, afinal já lá vai o tempo dos amores prometidos à nascença.
O amor existe. Sem a menor sombra de dúvida.
Existe nos momentos em que se sonha acordado, com a realidade que se quer construir, um dia.
Existe na mão invisível do pintor que borra o céu em tons de rosa, enquanto os condutores na sua azáfama, nem se apercebem do cair da noite.
Existe na delícia de um gelado que se saboreia em pleno Inverno.
Existe nos momentos em que, incógnitos, passamos horas em frente à montra da loja de artigos para bebé.
Existe naquela letra de música que gritamos a plenos pulmões, na certeza de ter sido escrita para nós.
Existe em todas as promessas, feitas em silêncio.
Existe no toque firme da paixão.
Existe no olhar do homem que venera o sono da sua mulher, na esperança de vislumbrar uma curva, quente, da sua silhueta.
Existe, nas lágrimas que correm, à chegada e à partida.
Existe no animal que dorme, tranquilo ao nosso colo, confiando na mão que o acaricia.
Existe nas plantas que germinam, fruto da paciência e da dedicação.
Existe na lembrança, na saudade.
Existe nas cores, nos sons e nos cheiros que provocam sorrisos pela recordação de quem se ama.
Existe na coragem necessária para afastar o objecto do nosso amor, empurrando-o na luta pelos seus sonhos.
Existe na força com que se escolhem as melhores palavras para esconder o desespero que a ausência provoca.
Existe na loucura de dizer “adeus”, quando se quer dizer “fica”.
Existe na insanidade de confiar no outro, como em nós mesmos.
Existe na entrega total, de saltar sem rede, começando tudo de novo, infinitas vezes.
Existe na febre com que se diz “para sempre”, na consciência das dificuldades do amanhã.
Existe na mão do homem, que toca firme, na barriga da mulher onde cresce a esperança.
O amor existe.
É vida.
É onde tudo começa, onde nada termina.


10. Não se pode concluir o amor...

Descreveu-se a virtude “amor”, aceitando que é a mãe de todas as virtudes, por das outras não depender, e caso amor exista todas as outras virtudes não precisam de existir. As restantes virtudes são espectros do “amor”.
Concluo que a vida vai oferecendo a todos possibilidades de amar e ser amado, para uns abrem-se oportunidades mais pequenas, outros têm o privilégio de sentir o amor dia a dia.
Quero amar como amei até aqui as crianças e famílias com quem já trabalhei. Quero continuar a amar aquilo que faço e quero amar aqueles com quem já trabalhei e recebi o sorriso porque nada mais podiam dar... e deram-me tudo aquilo que tinham.
Acredito que João dos Santos, Pedro Onofre, Broffenberger, Ajuriaguerra, Vygotski e Wallon amaram aqueles que puderam amar.
Quero acreditar que o homem pode amar o seu próximo, mesmo o inimigo, sem precisar de Deveres Morais, sem querer nada mais em troca.
Desejo que haja mais espaço para o amor.


ARISTÓTELES - Ethique de Nicomaque. Paris: Flammarion, 1965.

COMTE-SPONVILLE, André - Pequeno tratado das grandes virtudes. Lisboa: Bertrand, 1996.

ORTEGA Y GASSET, José – A Rebelião das Massas. Lisboa: Relógio D´Água, 1989.  
Não escrevo segundo o novo acordo ortográfico.




Muitas vezes perdeu a sua folha, quer por mudança de local ou devido a alterações na periodização da rega. São árvores autóctones, sendo comuns na Europa. Assim sendo, aconselha-se exposição ao sol, se no interior com muita luz mas longe de janelas (luz indirecta).
Esta minha árvore prefere que o solo se mantenha húmido (não demasiado), pelo que o período entre regas aqui no Algarve não é muito espaçado.
A modelação pode ser feita em qualquer altura.
A podas são mais indicadas no Outono ou no final do Inverno para preparar a época de crescimento.
Respondem bem em solo de Akadama podendo misturar-se matéria orgânica até 30%.

25.5.20013





25.5.2013



25.3.2008



25.3.2008



16.3.2008


16.3.2008

16.3.2008



2 comentários:

  1. Assim como tens "Pinus Pines L." e "Ficus carica" (que te transportam no tempo para a infância), e "Ulmus" (que te relembra o Amor e toda a carga emocional que a palavra carrega em si), eu tive um "Prunus persica"...plantado no meu quintal..pelo meu Pai. Já não está lá...
    Com o tempo os ramos velhos carregados de vida deixaram de dar fruto...
    Lembro-me dele desde que me conheço, pois acompanhou-me durante largo tempo...viu-me crescer...fez-me crescer...jogou à bola comigo.
    O meu Pai faleceu há mais de 20 anos e acho que o pessegueiro sentiu também a falta dele...e deixou-se levar...deixando de dar fruto. Mais tarde foi cortado e com ele levou todas as recordações de uma casa...de uma família.
    Não sei a lenda do Prunus persica, mas para mim tem o significado de uma vida...do Amor...da Saudade...da infância. :)

    Continua a relatar as árvores da tua vida...sou todo ouvidos. :)

    Um Abraço Amigo.

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  2. Gonçalo, obrigado. É sempre bom saber que gostas-te dos textos. A escrita sempre acalma e torna mais claras as nossas palavras. É um boa forma de iniciar e manter conversas ou tertúlias. Regressa sempre e obrigado pelo tempo que me ofereces-te a ler estas passagens.

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