O meu dia não foi simples e não foi diferente de outros.
Na minha responsabilidade e compaixão, o humor é um tecido suave que esconde a delicada dignidade de cada pessoa.
Ensinei. Ou tentei ensinar. E não o consigo fazer, sem conseguir que os alunos estão em paz. Não consigo ensinar, sem que haja espaços para sorrisos. Para momentos de alívio, da pressão do julgamento do conhecimento. Sabes ou não sabes? O que sabemos todos nós? Partamos então para uma gargalhada, para um abraço de equipa e tornemo-nos melhores. Talvez seja pouco exigente. Talvez seja demasiado descontraído. Talvez... mas dou tudo o que tenho e que sei. É um gesto de compaixão, pois dou tudo o que sou e sei. Isso é bonito e faz-me sentir bem. Espero que a minha influência ajude os mais novos a serem melhores.
Procurei melhorar a sensibilidade e controlo do movimento de um braço que não é sentido, que parece agir de forma automática e sem coordenadas, sem consciência.
Contribui para manter a saúde do sistema musculo-esqueletico de um corpo de uma pessoa que já lá não está. Ou está, mas já não é a pessoa que conheciam.
Outra senhora, após um ano, enxaguou a loiça desta vez só com o braço direito e com o meu contacto para evitar a queda que poderia terminar tudo.
No final do dia, soube que outra pessoa com quem estou a trabalhar conseguiu voltar a subir as escadas de sua casa. E subir as escadas até ao primeiro andar, permitiu haver sorrisos. Para aquela família, foi o dia em que o pai voltou... após 6 meses apesar de terem estado sempre a acompanhá-lo desde o dia em que perdeu os movimentos e a sua consciência.
Melhor é chegar a casa e ter todas as minhas flores rosa, com um abraço e um beijo. É bom voltar para vocês.