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sexta-feira, 31 de julho de 2015

barco

Praia da Zambujeira do Mar, Alentejo, Portugal

navegava veloz rasgando o oceano. A tripulação içava exemplarmente as velas, como uma mãe estica os lençóis imaculados sobre a cama do bébé. Perfeito. Eram irmãos, amigos, adivinhavam-se nos dados do vento. E a sua sorte nascia do seu mérito.
de súbito o barco perdeu nós. Abrandou. E os então irmãos começaram a questionar porque as velas estavam assim içadas e não de outra forma. E ao leme, quem estava ao leme? E que estava ao leme perguntava-se porque quem estava no mastro. A culpa era das velas. não, do leme. Desculpe, do mastro. Discordo, é por causa de quem está a estibordo. Piratas os de bombordo.
as gaivotas calaram-se, coma algazarra. O barco parou. No meio do oceano. Quem está no leme? Deixaram de saber içar as velas? É preguiça de quem está a bombordo. Não, incompetência a estibordo. Desculpe? Quem está ao leme? Quem está no mastro nada vê. Estamos parados raios!


e no meio do riso jucoso das gaivotas ouviu-se: Se o vento parou de soprar, porque nãopegam eles nos remos?

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