 |
Outono na varanda |
Preciso de outro dia assim. Outro dia de Outono. Domingo, Outono. Estamos juntos desde esse dia.
Quando regressamos, encontramo-nos aqui. Na serenidade do céu abundante, gracioso, de frio suave e aguarela cansada.
Para amanhã desejo que a pequena não me ofereça um adeus, de cada vez que toco nos sapatos, no casaco ou quando me dirijo a outra porta. Não quero que ela perca o meu Outono. As castanhas, os cachecóis, as faces frias.
Amanhã deveria ser novamente Domingo. Deveria ser novamente Outono. Para demorar no teu abraço e beijar-te até parar de chover.
Amanhã deveria ser novamente Domingo. Deveria ser novamente Outono. Para lhe ler as legendas do Peter Pan e imaginar que a cena pode repetir-se outra vez, quando quisermos. Ou então sair a voar para o tapete do quarto.
Devia novamente ser este Domingo chuvoso. Para pegar-lhes na mão e levá-las com calma á Terra do Nunca, rebolar nas nuvens, rir á gargalhada e só nos render-mos perante os sonhos que o sono traz.
Amanhã são muitas horas lá fora. E o que eu desejo é apanhar cada folha do vosso Outono, do nosso Domingo que cresce tão rápido.